O homem que vive em um estado primitivo, quase que unicamente dirigido por seus instintos, tem na aura pouca amplitude e variabilidade de cores. A radiação que mais se nota ao seu redor é a produzida por seu estado físico e desenvolvimento orgânico, e se poderia chamar aura de saúde.
O corpo astral é, em síntese, um conjunto de vibrações limitadas à área astral ocupada pelo ser. Elas repercutem o som com o movimento energético; marcam a capacidade do estado físico e delineiam as formas dos pensamentos do ser.
A aura de saúde traça ao redor do homem, por um espaço radial de sete centímetros, umas linhas luminosas da cor do relâmpago. Quanto mais vigorosa é a saúde, tanto mais eriçadas estão estas cerdas; mas, quando a saúde está abalada e o funcionamento orgânico é ruim, estas cerdas aparecem quebradas em diversas partes formando zigue-zagues. Quando se perde a saúde por completo e se aproxima a hora da morte, elas estão relaxadas e caídas.
Estas radiações estão formadas por inúmeros átomos astrais que se põem em contato, através da Roda Sacra, com os átomos físicos do homem e determinam o odor peculiar de cada um.
Quando um cachorro segue o rastro de uma pessoa, não é precisamente o cheiro que persegue, mas o caminho ondulatório produzido pelo odor peculiar dos átomos astrais materializados atrás de quem os gerou.
Ao entrar em um quarto, é fácil perceber se ali esteve alguém, ainda sem sentir nenhum cheiro, pois a aura de saúde deixa continuamente impregnados os lugares por onde passa seu dono. No homem selvagem a aura de saúde é a que mais se percebe, ainda que em alguns, mais adestrados em certos exercícios físicos de muitos movimentos, nota-se também muito claramente a aura magnética.
O homem que, por sua boa saúde, gasta poucas energias e, por uma vida sadia e natural, colhe abundantes forças do depósito energético, tem muitas reservas de energias depositadas em sua aura. Isto se vê porque, quando tem muito magnetismo, a aura está salpicada de uma infinidade de pontinhos brilhantes, como aqueles que se observam quando se fixa o olhar no céu.
Muitas vezes ouviu-se perguntar, porque certas pessoas, que não têm nenhuma evolução mental, possuem, no entanto, uma força magnética tal que é capaz de ser transmitida a outros seres e darlhes saúde e bem estar; isto se compreende claramente, considerando que o meio empregado é puramente energético e nada tem a ver com o adiantamento espiritual.
A aura energética transmite, então, suas reservas a outra aura mais pobre, se ela o quiser. Também se exerce entre os seres um vampirismo contínuo, já que basta que um ser debilitado se ponha ao lado de um forte para retirar dele energias.
É um mau costume confiar a pessoas idosas o cuidado das crianças e, em particular, deixar que estas durmam nos quartos onde repousam anciãos e enfermos. Todos conhecem o relato bíblico do Rei David que vivia do magnetismo que extraía de uma moça virgem que dormia com ele.
Não somente há seres que exercem vampirismo sobre a aura magnética, mas também há animais, em especial os domésticos. Há também lugares que, por serem circunscritos a um raio de lentíssima vibração, fazem muito mal para a saúde. Todas as curas feitas pelos curadores magnéticos estão relacionadas com a transmissão de energia do operador ao paciente.
A massagem, agora aceita em todos os círculos médicos, tem a primordial função de transmitir energias magnéticas. Além das cores luminosas produzidas pela aura de saúde e pela aura magnética, vê-se na aura do homem selvagem a cor vermelha que emana de uma parte da Roda Sacra. A aura sempre tem uma cor fundamental e invariável, além de outras cores que mudam segundo os estados de ânimo, deo tempo e de lugar. A cor fundamental do homem primitivo é vermelho brilhante, já que seu instinto está mesclado a uma boa saúde e abundante dose de energia que lhe confere sua vida natural. Raras vezes essa cor vermelha fica turva, pois o homem primitivo é pouco colérico. Em alguns selvagens, que começam a praticar cultos de fetichismo e de adoração idólatra, as bordas da aura são coloridas com uma franja azul escuríssimo.
Texto Original de Santiago Bovisio