Outras culturas e filosofias também descreveram estes sete caminhos da iniciação humana. O mapa que me ensinaram origina-se de uma determinada perspectiva nativa americana chamada a Tradição dos Videntes do Sul, mas todas as culturas e religiões têm refletido muitas dessas mesmas verdades, a partir de suas perspectivas individuais.
Na tradição católica, os sete sacramentos sagrados são usados para personificar a fé e desenvolver os atributos e a compaixão da visão crística. Nas tradições indiana e budista, sete centros de energia chamados chacras, localizados dentro do corpo humano, permitem que a força vital e a energia espiritual se movimentem dentro da pessoa, produzindo estados iluminados de percepção. As tradições indiana e budista contêm práticas e disciplinas espirituais diferentes, mas ambas reconhecem a jornada espiritual pessoal que permite ao indivíduo conquistar a sensação da Totalidade.
Na tradição muçulmana, Hagar, a concubina de Abraão, foi expulsa para o deserto com o filho Ismael, quando a esposa de Abraão, Sara, ficou com ciúmes. Hagar havia aceito Jeová, o Deus de Abraão, ao viver com as tribos de Israel. Quando ela ficou sem água no deserto e Ismael estava próximo da morte, Hagar chamou Jeová. Deus apareceu para ela e lhe disse que tivesse fé, pois ela e a criança seriam salvas. Deus mandou Hagar correr entre duas colinas do deserto por sete vezes, para mostrar a sua fé no Deus Único. No final da sétima trilha, uma fonte de água apareceu no deserto entre as pernas de seu filho, ali onde ele jazia deitado na areia, criando um oásis. Hagar viveu ali com seu filho e contava às pessoas das caravanas que passavam, que vinham em busca de água, sobre o seu milagre de fé. A história dos sete caminhos da fé, de Hagar, formou o início do alicerce da religião islâmica, oferecendo uma visão geral dos sete caminhos que os muçulmanos devem seguir para conhecer Alá, ou Deus.
Na tradição judaica, o número sete é muito importante. Em hebraico, sete é shivah. Jeová ou Deus criou o mundo em seis dias, e no sétimo dia ele descansou. O sétimo dia é o sabá judaico, ou Shabbat, que tem sua raiz na palavra sete. O Shabbat se inicia no pôr-do-sol da sexta-feira à noite, que é considerado pelos judeus como o começo do sábado. Durante o pôr-do-sol, o aspecto feminino de Deus desce sobre seu povo. Deste momento até o pôr-do-sol seguinte as pessoas cultuam, oram e descansam, não fazendo nada que as impeça de estarem receptivas ao aspecto feminino de Deus, que consideram ser o espírito. Quando uma pessoa morre, celebram-se sete dias de luto, chamados sentado em shivah, o que também é derivado da palavra sete. Quando este período termina, a família vai ao cemitério libertar o espírito do ente querido. A primeira colheita de qualquer fruta ou vegetal é marcada por um feriado chamado Shabuoth, que é o plural da palavra hebraica para a semana de sete dias. O feriado sagrado da Páscoa (cuja palavra significa travessia) sempre cai no sétimo mês do calendário judaico.
Nas tradições espirituais Seneca e Cherokee, as sete direções sagradas da Roda da Cura representam os sete caminhos da iniciação humana. As primeiras seis direções são representadas pelos Caminhos do Leste, do Sul, do Oeste, do Norte, de Cima e de Baixo. Na tradição espiritual Seneca, o sétimo caminho é chamado de Caminho de Dentro, e na tradição Cherokee ele é chamado Caminho do Agora. Cada um dos sete caminhos contém objetivos específicos e lições de vida bem determinadas. O processo de amadurecimento humano não é linear, porque a vida é um círculo, ou uma roda, lembrando-nos que independentemente de onde estamos e do que estamos experimentando, o Eu está sempre presente, trazendo-nos de volta a nós mesmos e a tudo o que nos tornamos no processo de aprendizado.
Estas diversas interpretações do círculo da vida, e de seu sentido sagrado, oferecem à humanidade formas variadas de compreender o mapa do crescimento humano e de seu potencial espiritual. Metaforicamente, temos sete caminhos para descobrir todas as partes desta maravilhosa e variada Criação, e também onde fica nosso lugar humano dentro do Todo. Como as pessoas respondem à espiritualidade de formas diferentes, dependendo de seus Sagrados Pontos de Vista, cada tradição espiritual possui formas diferentes de assinalar os sete estágios do crescimento e da descoberta, que são, na verdade, os ritos humanos de passagem.
DANÇANDO O SONHO – OS SETE CAMINHOS SAGRADOS DA TRANSFORMAÇÃO HUMANA
Jamie Sams