Pachamama, cura da Terra: oração, reconexão e gratidão sagrada

Home » Pachamama, cura da Terra: oração, reconexão e gratidão sagrada

Em tempos de pressa e desconexão, muitos de nós esquecemos de olhar para a Terra como um ser vivo, pulsante e sagrado. A Pachamama — como é chamada a Mãe Terra nas tradições andinas — não é apenas o chão que pisamos, mas um ventre vivo que nos nutre, sustenta e acolhe. Reconhecer isso é dar um passo em direção à cura: dela, nossa, de todos.

O chamado da Terra

A Terra nos fala o tempo todo. Nos sussurra com o vento, nos embala com as águas, nos aquece com o sol. Mas também chora em silêncio quando é ferida, queimada, invadida. Quando destruímos suas matas ou contaminamos suas águas, deixamos feridas em um corpo que é, na verdade, o nosso próprio.

Por isso, este é um convite amoroso para nos lembrarmos da nossa verdadeira relação com a Terra: de filhos para Mãe. E como filhos, precisamos voltar ao colo, reconhecer nossas falhas e oferecer amor como quem deseja cuidar de quem sempre cuidou de nós.

Uma oração de reconexão

Diante da Mãe Terra, podemos fechar os olhos e dizer com sinceridade:

Eu sinto muito…
Por ainda não sabermos viver em harmonia com tua generosidade. Por colocarmos o lucro acima da vida. Por nos afastarmos tanto da simplicidade que esquecemos que és tu quem nos dá tudo.

Me perdoa…
Pela ignorância que nos torna cegos à tua dor. Pelos passos inconscientes que poluem teus rios e envenenam teu solo. Por termos esquecido que és sagrada.

Eu te amo…
Por tua paciência infinita. Pela beleza das flores, o perfume da terra molhada, o voo dos pássaros. Por cada manhã que nasce como um recomeço.

Sou grato…
Por tudo que recebo sem pedir: o alimento, o ar, a cura das ervas, o calor do sol. Por me lembrar, mesmo em silêncio, que faço parte de ti.

Cuidar da Terra é cuidar de si

Este não é apenas um ato espiritual, mas um compromisso. Cuidar da Terra é um gesto de amor-próprio e de fé no futuro. É plantar mesmo sem ver a colheita. É caminhar descalço com respeito. É aprender a consumir menos e agradecer mais.

A Terra não exige sacrifícios grandiosos — ela pede presença, intenção e cuidado. E cada pequena ação, quando feita com amor, se transforma em cura coletiva.

Que possamos nos tornar sementes conscientes
Que cada um de nós seja uma semente da nova Terra. Que possamos germinar sabedoria, compaixão e reverência pelo sagrado que nos cerca. E que a Pachamama receba de volta todo o amor que por tantos milênios nos ofereceu sem medida.